sábado, 24 de julho de 2010

Mesquinharia

Sexta-feira, 12:20, Ilha do Fundão. Sento-me num computador e tenho um momento de revolta ao ler a notícia de que Muricy Ramalho é o novo treinador da seleção, este sentimento se explica não por alguma rejeição pessoal ao treinador, muito menos a um currículo que lhe deu 3 títulos nacionais e um título que lhe foi subtraído por outros métodos.(2005). Minha grande rejeição a Muricy se deve ao fato de em seu histórico jogadores jovens sempre terem sido sub-aproveitados, a exceção de Breno, uma geração inteira formada no São Paulo foi jogada no lixo. No comando do Fluminense, vamos ver como fica ainda. Fora esse fato, de nunca ter "renovado", Muricy é um treinador um tanto quanto adepto ao conflito, embora seja muito menos do que Dunga, esse estilo meio feirante não me agrada muito, particularmente.

Posto meus motivos, passo a tarde fora, chego a noite e vejo a negativa de Muricy, chegando ao posterior aceite de Mano Menezes hoje, para mim, o nome ideal, embora ainda tenha um fator de aposta, mas seus trabalhos, levando um time extremamente mediano do Grêmio a uma final da libertadores (perdida para um Riquelme extraordinário), o ótimo trabalho com o Corinthians, que sobrou no primeiro semestre do ano passado, fornecendo atletas para a seleção (André Santos), e com outros nomes que poderiam tranquilamente ser convocados (Christian, que na época estava muito bem, mas não sei como anda na Turquia e Elias, que deve estar nas listas do agora selecionador).

O trabalho de Mano e de Muricy não está sob questão, meu grande ponto, nesta situação toda é a postura do "presidente" do Fluminense e do técnico. Não questiono valores financeiros, Dunga recebia cerca de 200 mil para comandar a seleção (sim, inacreditável), O valor médio para o treinador da seleção deve ficar em cerca de 250 mil, talvez um pouco mais (vale ressaltar que esse salário é considerado baixo pelos padrões desorbitados do futebol brasileiro hoje), mas não acredito que Muricy tenha recusado o convite só pelos valores financeiros.

Que tipo de profissional recusa um convite dessa natureza? A alfinetada do Mano hoje disse tudo "não costumo recusar esse tipo de convite." Que tipo de chefe recusa a um funcionário uma melhoria, dessas, se fosse pra um rival, uma coisa, mas não é um rival, é uma visibilidade para a própria imagem do clube. Muricy, submisso e covarde. Horcades foi estúpido e mesquinho, uma postura esperada, pelos anos dele a frente do Fluminense, o clube verde, branco e rosa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Habemus Campeones

Para a tristeza do Roberto, e do meu primo Leandro, a Espanha foi campeã, o primeiro, torcia pra Holanda, que hoje abusou da violência, mas segue mostrando o seu valor, o segundo, por que não gosta da Espanha, muitos países em um só, um legado franquista, essas coisas não agradam o meu chapa e quase xará, coisas que eu sou forçado a discordar. Catalunha, Andaluzia, Madrid, Castela e Leão, Reino de Navarra, Canárias, La Mancha, Asturias, tantas bandeiras sob um único brasão, todos hoje estavam sob aquela camisa azul. O Futebol fez da Espanha um país hoje. Um país que vem conquistando glórias em vários esportes, no Automobilismo, Alonso e Sainz, no Tênis, Nadal, no Basquete, a seleção campeã mundial, sobretudo o pivô Pau Gasol, no futebol, o Barcelona, campeão europeu em 2009 com várias estrelas espanholas, mas nenhum destes, especialmente o último tinha o poder de reunir o país como a seleção nacional de futebol. 

Desde 2008 sigo a seleção espanhola, encantadora, com um craque tão discreto, que as vezes era difícil encontrá-lo: Xavi Hernandez, a qualidade sublime do toque de bola da Espanha deve em muito a ele. O fato de ser um jogador discreto, nos revela a qualidade de todo o time da Espanha, em 2008, Puyol e Marchena formavam um miolo de zaga muito sólido, Ramos e Capdevilla apoiavam, Marcos Senna estavam em forma sublime, e o trio Xavi-Silva-Iniesta era responsável por suprir Torres e Villa no ataque, quando Villa se lesionou entrou Fábregas, e aquele surpreendeu o mundo ao conquistar o título europeu frente a Alemanha.

Saiu Aragonés entrou Del Bosque, um pouco de modificação tática, com a disparada do Barcelona, ficou impossível não jogar como os blaugranas, a zaga agora tinha Piqué, que em duas temporadas se elevou ao posto de um dos melhores zagueiros do mundo. Ao seu lado Puyol manteve a entrega e nas laterais, Ramos e Capdevilla se apresentaram com excelência. No meio, um jovem Busquets desarmava e passava com grande precisão, um experiente Xabi Alonso mostrava seu valor no toque e na marcação, Xavi ditava o ritmo, Iniesta contrapunha-se ao atacante de movimentação, Pedro, Silva ou o Próprio Villa, um dos grandes jogadores deste mundial. Um encaixe aqui, um encaixe acolá, esta seleção com certeza não foi tão brilhante quanto a de 2008, mas a incrível marca de 49 vitórias, 1 empate e 2 derrotas em 52 jogos mostra a eficiência de quem sabe que pra ter um bom grupo é preciso ter bons componentes. 

Boa parte dessa geração se mantém para 2014, Puyol e Capdevilla são os mais veteranos na linha de trás, no meio, Xavi também é uma incógnita, embora esteja em vias de assinar um contrato para jogar mais seis temporadas, não se sabe do estado do seu futebol aos 34 anos, mas não é o mais sério dos problemas, já que o seu reserva é "só" o Fábregas.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Crie sua teoria da conspiração aqui

Se você é fã de teorias da conspiração, este post é pra você. pegue esse bando de dados e curiosidades e crie a sua:


- Holanda x Espanha é a primeira final de copa entre duas monarquias
- Pela primeira vez uma seleção Européia será campeã fora da Europa
- É a primeira vez desde 1978 que a final reúne dois times que nunca conquistaram o título mundial

Holanda


- O laranja do uniforme é a cor da família real holandesa.
- Os holandeses fizeram parte da colonização da África do Sul, os afrikaners são descendentes deles
- Pela primeira vez a Holanda não enfrenta o País-sede na final
- Se vencer o jogo, esta seleção se junta ao Brasil de 2002 como a única seleção a conquistar a copa com 7 vitórias
- Se vencer o jogo, esta seleção se junta ao Brasil de 1970 como a única seleção que venceu TODOS os jogos de eliminatórias e fase final de copa do mundo.
- A Holanda ocupou o grupo E, o mesmo dos italianos em 2006

Espanha


- nas 3 vezes que o campeão perdeu uma partida durante a copa, em 2 ele ganhou o título sobre a Holanda
- Usando azul na final 8 seleções foram campeãs, apenas a Itália perdeu para o Brasil em 70 e 94
- Apenas uma vez a seleção campeã européia venceu o mundial dois anos depois (Alemanha em 74, contra quem mesmo?)
- A adidas, patrocinadora da FIFA, não patrocina a seleção campeã mundial desde a França.
- Times que jogaram a final da copa com uniforme reserva: Brasil (58), Inglaterra (66), Argentina (82), Alemanha (86), Argentina (90), França (06)

O Polvo Pau escolheu a Espanha.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Renovação

Em breve deve ser anunciado o nome do novo treinador da antiga SeleDunga, o nome mais cotado é o de Leonardo, que embora 750 vezes mais inteligente que o anão, de ter um trato muito melhor e uma experiência pregressa infinitamente maior (vamos assumir que qualquer coisa dividida por zero, diferente de zero, seja infinito). Mas eu não venho até aqui falar sobre o xará que cotovelou o Tab Ramos, a questão é a seguinte: renovação.

Não acho que o Dunga fez errado de não convocar Neymar e Ganso na reta final, acho que o erro foi não testá-los, nem fazer o mesmo com jovens como Carlos Eduardo e Renato Augusto, que tem talento e futebol que os habilitaria a África do Sul.

Nos 4 semifinalistas, destacamos a juventude. Na Alemanha, mais pronunciada, Kroos, Badstuber, Tasci, Boateng, Khedira, Ozil, Marin e Müller, todos, a exceção de Badstuber haviam sido testados recentemente, todos jogadores com menos de 23 anos, idade na qual o Brasil só tinha Ramires. No caso de Badstuber há um parentese a se fazer, aos que defendiam a convocação de Ganso e/ou Neymar apenas para a última partida. A idade é a mesma, mas o nível dos adversários é diferente, enquanto o Santos encantava o Brasil batendo o Monte Azul por 5x0, Badstuber dava show sendo campeão alemão e enfrentando Man United e Inter de Milão na Liga dos Campeões.

Outro ponto interessante sobre a Alemanha é a constância de renovação, o grande número de jovens é uma novidade, mas eles sempre estiveram lá, do atual time, Jansen, Schweinsteiger, Lahm e Metersacker estiveram na copa de 2006, destes o  mais velho é o capitão Lahm, que completará 27 este ano, os outros são /84 e /85. A renovação é um processo constante.

A Holanda mostra um time com várias peças de 2006, dentre os jovens, destaque para Sneijder, Van der Vaart, Van Persie e Robben, hoje com 26 anos, o goleiro Stekelemburg, que completa 28 este ano, também estava lá (mas era reserva, diferente dos demais)

A Espanha contava com Torres e Iniesta, dois dos melhores jogadores do mundo hoje, aos 26 anos, Fábregas, 23, e Sérgio Ramos, 24, também estavam neste time. A Espanha de hoje tem também Busquets e Martinez, de 21 anos, Mata e Pedro, com 22.

A base de comparação do Uruguai é mais complicada, já que a seleção não esteve na copa de 2006, usando a Copa América 2007, em que se classificaram em quarto lugar, temos Godin, Fucil, Gargano e e Maxi Pereira, além destes a seleção coloca a nova geração com nomes como Suarez (23), Lodeiro (21), Cáceres (23) e o próprio Fernando Muslera, goleiro de apenas 24 anos. 

E a renovação brasileira está aí, por mais que queiramos, Julio César, Juan e Lucio terão 35 e 36 anos na próxima copa, enquanto os Excelentes Thiago Silva e Miranda terão 28, Victor terá 31, Denílson e Renato Augusto terão, 26, mesma idade de Ramires, Ganso e Pato terão 25 a nossa geração começa perdendo destas 4.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Grupo

O grupo tinha 23, mas tinha 4 grandes atrás: Julio César, Maicon, Lucio e Juan

O grupo tinha 23, mas tinha 3 na frente: Kaká, Robinho e Fabiano

O grupo se fundamentava numa tática esdrúxula, com dois volantes, que se não tinham a mínima qualidade para a saída.

O grupo tinha Kaká-Robinhodependência (e não adianta dizer que era responsabilidade do grupo e tal e coisa, é só ver o jogo contra a costa do Marfim)

O grupo não era perfeito, tinha defeitos claros, não tinha um armador (Kaká não o é), não tinha um lateral esquerdo. Não por falta de talento.

esperando por coletivas do Dunga.