terça-feira, 13 de julho de 2010

Habemus Campeones

Para a tristeza do Roberto, e do meu primo Leandro, a Espanha foi campeã, o primeiro, torcia pra Holanda, que hoje abusou da violência, mas segue mostrando o seu valor, o segundo, por que não gosta da Espanha, muitos países em um só, um legado franquista, essas coisas não agradam o meu chapa e quase xará, coisas que eu sou forçado a discordar. Catalunha, Andaluzia, Madrid, Castela e Leão, Reino de Navarra, Canárias, La Mancha, Asturias, tantas bandeiras sob um único brasão, todos hoje estavam sob aquela camisa azul. O Futebol fez da Espanha um país hoje. Um país que vem conquistando glórias em vários esportes, no Automobilismo, Alonso e Sainz, no Tênis, Nadal, no Basquete, a seleção campeã mundial, sobretudo o pivô Pau Gasol, no futebol, o Barcelona, campeão europeu em 2009 com várias estrelas espanholas, mas nenhum destes, especialmente o último tinha o poder de reunir o país como a seleção nacional de futebol. 

Desde 2008 sigo a seleção espanhola, encantadora, com um craque tão discreto, que as vezes era difícil encontrá-lo: Xavi Hernandez, a qualidade sublime do toque de bola da Espanha deve em muito a ele. O fato de ser um jogador discreto, nos revela a qualidade de todo o time da Espanha, em 2008, Puyol e Marchena formavam um miolo de zaga muito sólido, Ramos e Capdevilla apoiavam, Marcos Senna estavam em forma sublime, e o trio Xavi-Silva-Iniesta era responsável por suprir Torres e Villa no ataque, quando Villa se lesionou entrou Fábregas, e aquele surpreendeu o mundo ao conquistar o título europeu frente a Alemanha.

Saiu Aragonés entrou Del Bosque, um pouco de modificação tática, com a disparada do Barcelona, ficou impossível não jogar como os blaugranas, a zaga agora tinha Piqué, que em duas temporadas se elevou ao posto de um dos melhores zagueiros do mundo. Ao seu lado Puyol manteve a entrega e nas laterais, Ramos e Capdevilla se apresentaram com excelência. No meio, um jovem Busquets desarmava e passava com grande precisão, um experiente Xabi Alonso mostrava seu valor no toque e na marcação, Xavi ditava o ritmo, Iniesta contrapunha-se ao atacante de movimentação, Pedro, Silva ou o Próprio Villa, um dos grandes jogadores deste mundial. Um encaixe aqui, um encaixe acolá, esta seleção com certeza não foi tão brilhante quanto a de 2008, mas a incrível marca de 49 vitórias, 1 empate e 2 derrotas em 52 jogos mostra a eficiência de quem sabe que pra ter um bom grupo é preciso ter bons componentes. 

Boa parte dessa geração se mantém para 2014, Puyol e Capdevilla são os mais veteranos na linha de trás, no meio, Xavi também é uma incógnita, embora esteja em vias de assinar um contrato para jogar mais seis temporadas, não se sabe do estado do seu futebol aos 34 anos, mas não é o mais sério dos problemas, já que o seu reserva é "só" o Fábregas.

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