quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ABC do Futebol - A Letra A

de amor, B de baixinho... assim começa o  abc do futebol.

A é a letra que precede coisas vitais para o futebol, os culpados árbitros, mas também é a letra do ínicio do nome de lendas do futebol


Se você pensa que no mundo inteiro Pelé é a referência de “o maior jogador de todos os tempos” está enganado, e se você pensa que Maradona é a escolha de quem rejeita o mineiro de três, também está enganado. O Próprio Maradona, Sir Bobby Charlton, Eusébio, e muitos europeus elevam a este posto é uma flecha. A Flecha Loira

Alfredo Di Stefano Laulhé nasceu em Barracas, Buenos Aires em 1926, quando criança sonhava ser aviador, mas o pai, também Alfredo, jogador do River Plate na Década de 1910, de tanto o incentivar, conveceu o rapaz a se tornar jogador sempre o ajudando a melhorar nos fundamentos, Don Alfredo conta que era destro, conta que seu pai só o deixou jogar quando tinha um bom chute de esquerda.

Em 1943 chega ao River Plate, o time fantástico chamado “La Máquina”, considerada por alguns uma antecessora da Laranja Mecânica,  campeão argentino de 41, 43 e 45, e neste ano estreou Di Stéfano, jogando apenas um jogo frente ao Huracán, curiosamente, clube para o qual foi por empréstimo na temporada seguinte, e o sucesso começou, foram 25 jogos e 10 gols, o River pediu uma fortuna pelo passe, o Huracán não pagou. Di Stéfano voltava ao River Plate para o lugar de Adolfo Pedernera, jogador que o próprio considera o melhor de todos os tempos, vendido ao

Atlante.  Foram 27 gols em 29 jogos, o título nacional, e a ida para a seleção argentina, campeã da Copa América em Guayaquil, 6 gols em 6 jogos. No ano seguinte, o vice-campeonato da Copa dos Campeões Sulamericanos, torneio vencido pelo Vasco, e treze gols no argentino. Em 1949, veio a greve dos jogadores argentinos, e Alfredo foi para a Colômbia, que na época reunia os maiores jogadores sulamericanos, o Millionarios de Pedernera e Nestor Raul Rossi foi três vezes campeão colombiano entre 49 e 52 (só não ganhou em 50) e Di Stéfano logrou a máxima artilharia em 51 e 52, em 51 Di Stéfano foi ainda o maior goleador da América do Sul pela segunda vez (a primeira foi em 47) com 31 gols, em 53 ainda veio o título da Copa Colômbia, Di Stéfano ainda jogou quatro partidas não reconhecidas pela FIFA entre 49 e 54 na seleção colombiana (a Colômbia, bem como sua liga, havia sido banida pela FIFA).

Em 1952, no torneio de cinqüentenário do Real Madrid, O Ballet Azul vence os Blancos por 4x2, dois gols de Di Stéfano. Santiago Bernabéu então buscou comprar os direitos do atleta, mas nada feito até a conquista do Mundialito de Clubes de 1953, 19 de fevereiro deste ano marcou a despedida de Di Stéfano do clube, uma vitória por 4x0 sobre o Rapid Viena no Mundialito de clubes.

Di Stéfano saiu do Millionários com 267 gols em 292 jogos(máximo aritilheiro da história da equipe), consolidou sua fama como atacante, mas também cresceu como jogador, se tornando um excelente meio campista e um bom defensor, este conjunto completo fez um dos mais famosos treinadores de futebol da história Helenio Herrera dizer: "Alfredo Di Stéfano foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos - melhor ainda que Pelé. Ao mesmo tempo ele era um grande defensor, um grande meio campo e o mais perigoso homem de ataque que já surgiu."
A Ida Para o Real Madrid foi banhada em uma certa controvérsia. Embora o Real já tivesse conversado com o Jogador, o Barcelona apresentou um acordo e negociou com o River Plate, por outro lado o Madrid negociou com o Millionários, que se considerava dono dos direitos do jogador até 1954, entre 13 de maio, dia em que Di Stéfano desembarcou em Barcelona e 15 de setembro diversas coisas aconteceram, Santiago Bernabéu convenceu Di Stéfano a desistir do acordo com o Barcelona, depois de muita confusão, a federação espanhola propôs: Di Stéfano joga por 4 anos, dois anos em Madrid e Dois em Barcelona, alternados, nada feito por parte do Barcelona, que desistiu dos direitos do jogador em outubro, por uma quantidade equivalente ao que havia gasto para contratá-lo, feito, por parte do Madrid. Segundo alguns, a desistência do Barcelona foi ocasionada por pressão do Regime Franquista, mas não existe uma verdade clara sobre esta história. Nestes meses, Don Alfredo jogou três jogos, mas sem vestir a camisa do clube catalão.

Segundo Emílio Butragueño, craque da história madridista, a contratação de Di Stéfano inicia a história do merengue, até 53, o Madrid havia ganho apenas 2 campeonatos, o último em 33, e o Barcelona dominava o futebol espanhol, conquistando 4 dos últimos 6 títulos.

Em 54 o primeiro título, com 29 gols, a primeira artilharia. Em 55, o bicampeonato com 25 gols, em 56 começa a fase européia, a primeira copa dos campeões, o título, vencendo o Stade de Reims por 4x3 no Parc des Princes, com cinco gols, di Stéfano começou a escrever a história dos seus 49 gols em competições européias, marca só superada em 2005. Ao final do ano, Don La Saeta Rubia recebe a primeira Bola de Prata da France Football

1957 termina com mais um título espanhol, mais uma vez a artilharia, mais uma vez o título europeu, agora perante a cento e vinte mil no Santiago Bernabéu, mais uma vez di Stéfano abriu o placar, contra a Fiorentina, e desta vez o jogador venceu a premiação da revista francesa. Na temporada 57-58, Di Stéfano é pela quarta vez campeão espanhol, quarta vez artilheiro e conquista o tricampeonato europeu, sendo artilheiro da competição com 10 gols, a final em Bruxelas teve também a marca de Di Stéfano, mais uma vez fazendo o primeiro gol do Madrid, que só alcançou a virada com Gento na prorrogação.

Na temporada de 1958/59 o time do Real Madrid de tornou maior ainda com a chegada de Ferenc Puskas, na final, outra vitória, em Stuttgart sobre o Stade de Reims, 2x0, mais uma vez com a marca de Di Stefano, não veio o título espanhol, perdido para o Barcelona, mas veio a artilharia mais uma vez e novamente a distinção da Bola de Ouro.

A Temporada 59/60 foi marcada por mais um título europeu, o pentacampeonato foi conquistado em Glasgow, num 7x3 contra o Eintracht Frankfurt, este partida, conhecida como uma das maiores de todos os tempos, teve 3 gols de Di Stéfano e 4 de Puskas, para finalizar a era de ouro, a conquista da primeira copa Intercontinental contra o Peñarol



Real 7 x 3 no Eintracht Frankfurt

Em 1960/61, mais um título espanhol, feito repetido nas três temporadas seguintes. Na Europa, o camisa 9 ainda disputou duas finais européias, perdendo em 62 para o Benfica e em 64 para a Internazionale.

Em 1963 um susto, Di Stéfano é seqüestrado na Venezuela durante o Mundialito de clubes, mas é liberado dois dias depois. Em 1964, após 11 temporadas, muitas jogadas pelo lado esquerdo, que fizeram alguns dizer que o Bernabéu seria inclinado para este lado por isso, 307 gols em 407 partidas oficiais, recorde superado por Raul em 2009, 410 gols ao total. Di Stéfano então aos 38 anos seguiu para Barcelona, onde defendeu o Espanyol por duas temporadas, a aposentadoria em 1966 foi celebrada numa partida entre Real Madrid e Celtic no Bernabéu.

Di Stéfano se tornou treinador, ganhando diversos títulos, o primeiro, o campeonato argentino com o Boca, depois a Primeira División da Espanha com o Valência, clube onde também ganhou a recopa em 80 e a segunda divisão em 87. No Real Madrid, Don Alfredo foi duas vezes vice-campeão da Liga e vice-campeão da recopa, o único título pelos merengues como treinador Foi a supercopa em 1990.

Uma das grandes frustrações de Di Stéfano (e do mundo do futebol) é o fato do atleta nunca ter jogado uma copa do mundo. Em 50, a Argentina não quis jogar o mundial, em 54 jogava na liga pirata colombiana, e a Colômbia não disputou as eliminatórias. Defendeu a fúria a partir de 57, marcou 23 gols em 31 jogos, sendo o maior artilheiro até o começo da década de 90, mas em 58 a Espanha não esteve no mundial e em 62 Di Stéfano se lesionou durante a preparação para a copa do Chile.

La Saeta Rubia se tornou presidente de honra do Real Madrid em 2000, em 2007 virou o nome do avião do clube, Di Stéfano nomeia também o estádio onde jogam as categorias de Base do Real Madrid, uma grande distinção para um dos poucos jogadores na história que foi artilheiro em três países diferentes (Isidro Lángara na Espanha, Argentina e México, Romário no Brasil, Holanda e Espanha, Amoroso(!) no Brasil, Itália e Alemanha, e Ruud Van Nistelrooy na Holanda, Inglaterra e Espanha são os outros), ao total foram 1115 jogos e 818 gols, uma incrível média de 0.73, mais incrível ainda mais se tratando de um jogador que jogou boa parte da carreira como meia.





Don Alfredo é o jogador argentino que mais títulos conquistou, a lista completa vai no final da postagem. Hoje com 83 anos, mora em Madrid, em 2000 lançou uma autobiografia, Graças, Vieja! (Obrigado, Velha) frase que cunhou sob a estátua de uma bola de futebol que mandou fazer ao se aposentar.


O camisa 9 eterno e dois herdeiros do legado


Ao final do século, a France Football realizou eleição com todos os seus Bolas de Ouro, Di Stéfano foi eleito o quarto melhor de todos os tempos, mesmo resultado do IFFHS

Sem dúvida nenhuma, não existe um jogador que valha mais que um time, mas Di Stéfano provou que isso é quase possível, sendo o jogador mais completo da história do futebol.

Títulos:

Pelo River Plate

Liga Argentina: 1945, 1947

Pelo Millionários

Campeonato Colombiano: 1949, 1951, 1952
Copa Colômbia: 1953
Mundialito: 1953



Pelo Real Madrid:Liga Espanhola: 54, 55, 57, 58, 61, 62, 63, 64
Copa do Generalíssimo (Copa do Rei): 1962
Copa Intercontinental: 1960
Mundialito: 1956
Copa dos Campeões da Europa: 56, 57, 58, 59, 60


Outros:
Copa América: 1947


Individuais:


Artilheiro na Argentina: 1947
Artilheiro na Colômbia: 1951, 52
Artilheiro da América do Sul: 1947, 1951
Pichichi(artilheiro da Liga Espanhola): 1954, 1956, 1957, 1958, 1959
Ballon d’Or: 1957, 1959
Bola de Prata: 1956
Artilheiro da Copa dos Campeões: 1958
Medalha de Ouro ao Mérito Desportivo: 1966
Super Bola de Ouro France Football: 1989
Medalha de Honra ao Mérito da FIFA: 1994
Medalha do Mérito Desportivo, Cidade de Madrid: 1996
Hall da Fama FIFA: 1998
Prêmio do Jubileu da UEFA: 2003
Premio Presidencial da UEFA: 2008

Um comentário:

  1. A - Adriano Leite Ribeiro

    HEXA e HEPTACAMPEÃO pelo Fuderosão Mengão (artilheiro em ambas), Campeão da Copa de 2010 pelo BR.

    Sem mais.

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